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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

28 DE JULHO, O ACIDENTE.

Acordei e tomei um copo de café com leite, nada mais pois costumamos tomar café juntos no serviço.


Saí de casa normalmente, após cumprir toda a rotina, me agasalhar e ainda por cima colocar a capa de chuva, mesmo que não estivesse chovendo pq ela servia como um potente agasalho no trajeto de 20km que percorro até a escola que leciono em Cariacica pela manhã.

Estava com minha moto, na via BR101 e quando passava por Carapina, a cerca de 8km de minha casa, um carro cruzou o meu caminho. Ele entrou na preferencial vindo de um bairro periférico sem reduzir sua velocidade. Se eu estivesse dirigindo uma carreta, ele teria se machucado, mas como eu estava pilotando uma moto, quem se machucou foi eu.

No momento em que o vi vindo pra cima de mim, ainda tive reflexo de acionar a buzina, mas foi tudo muito rápido...

Alguns afirmam que o pára-choque dele foi direto em minha perna direita. Quem viu o acidente disse que o que machucou minha perna foi a própria moto, que teria voado e caído sobre mim.

Enfim, após a pancada, eu saí rolando por alguns metros, consciente a todo momento e clamando pela misericórdia do Senhor, para que Ele me desse livramento e me deixasse em condições de criar minha filhinha de 2 anos.

Rapidamente algumas pessoas vieram até mim e eu parecia ser a pessoa mais calma de todas, afinal eu havia visto meus ossos expostos, a tíbia e a fíbula haviam perfurado a calça e a capa de chuva e eu as via claramente. Tive a tranqüilidade de descer minha perna lentamente e mantê-la em uma posição estática para que não houvesse maiores danos, pois meus conhecimentos de anatomia me lembravam que um osso quebrado é como uma navalha afiada e corta tudo o que puder: veias, músculos, tendões...

Apesar da dor, consegui comunicar às pessoas ao redor o telefone do meu marido, do meu cunhado e da minha mãe. Um rapaz chamado Maurício (se alguém ler este blog e souber quem é, peça pra entrar em contato comigo, pois não tive oportunidade de agradecê-lo como queria, eu estava muito "aérea" no momento). Foi quem mais procurava me acalmar. Logo depois chegaram 2 policiais que também recolheram algumas informações. Vários curiosos me mostravam pelas expressões em seus rostos que o caso era muito grave. As notícias à minha família chegavam com o complemento: “prepare-se para o pior”.

Os paramédicos chegaram uns 20 minutos depois e o atendimento no local levou uma eternidade...

Levaram-me para o Dório Silva, um hospital público próximo à minha casa onde minha calma começou a se esvair...

Gritava suplicando por uma anestesia ou algo que me desacordasse, uma vez que eu estava a mais de duas horas com a perna dilacerada e até então nada havia sido feito para amenizar minha dor.

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